Portugal Criativo discute hoje e amanhã os limites da criatividade

Especialistas portugueses e estrangeiros de várias áreas das indústrias criativas reúnem-se hoje e terça feira no Porto para discutir e celebrar as tendências de um sector em que a região Norte se procura afirmar.

“Até onde pode Portugal ser criativo?” é o tema do evento “Portugal Criativo 2010”, coordenado pela Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas (Addict), em parceria com a Fundação da Juventude, ambas com sede no Porto.

O director executivo da Addict, Michael DaCosta Babb, inglês residente no Porto, disse à Lusa que, em sua opinião, “não há limite” para o crescimento da criatividade em Portugal, desde que se saiba trabalhar em cooperação.

O coordenador do Portugal Criativo destacou a presença de Os Gémeos, dupla brasileira de artistas de graffiti formada pelos irmãos gémeos Otávio e Gustavo Pandolfo, que neste momento têm uma exposição do seu trabalho no Museu Berardo. Eles são os embaixadores da arte de rua, que vai marcar este evento.

Ao longo de duas tardes, designers, arquitectos e outros criativos portuenses, coordenados pelo britânico Scott Burnham, vão expressar a sua criatividade em espaços públicos. O “Bairro Criativo” tem como modelo o projecto “Urban Play” que Scott Burnham criou em 2008 em Amesterdão, Holanda, em colaboração com a Droog Design no âmbito do braço internacional da ExperimentaDesign.

Chuveiros na Praça do Infante, uma horta no Largo do Duque da Ribeira para jogar Farmville real (o jogo coqueluche do momento na rede social Facebook) e a cobertura com relva de todo o Largo S. Domingos são algumas das intervenções previstas.

Os promotores do “Bairro Criativo” querem ainda transformar a Praça Almeida Garrett num lugar “acolhedor”, como se fosse o interior de um café, e colocar uma grande estrutura colorida na paragem de autocarros do Largo dos Lóios, para divertir transeuntes e quem está à espera de transporte.

O Portugal Criativo 2010 terá ainda vários seminários e “masterclasses”, um dos quais orientado por Evan Roth, do Graffiti Research Lab, dos Estados Unidos, referiu o coordenador.

“Estamos a falar sobre uma reflexão, uma celebração e uma manifestação”, disse Michal Babb, realçando a preocupação em juntar discussão e acção.


Por Lusa, Jornal Público
http://publico.pt/Cultura/portugal-criativo-discute-hoje-e-amanha-os-limites-da-criatividade_1438610

Baixa execução do Quadro de Referência Estratégico Nacional pode levar Portugal a devolver verbas a Bruxelas

PÚBLICO

11 Maio 2010 (3ª Feira)

Versão Impressa

Baixa execução do Quadro de Referência Estratégico Nacional pode levar Portugal a devolver verbas a Bruxelas

Lições da gestão do QREN

Francisco Jaime Quesado


O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) continua com uma execução muito baixa. Por força da regra N+3, se no final do ano a execução não aumentar de forma significativa, Portugal corre o risco de devolver verbas significativas a Bruxelas. No contexto desta baixa execução, e no meio de uma profunda crise financeira internacional, continua a ser evidente no nosso país a falta de um modelo de desenvolvimento que seja partilhado sob a forma de contrato estratégico entre o Estado e a sociedade civil. Os actores económicos e sociais (municípios, empresas, universidades, centros de inovação) preocupam-se unicamente com a sua sobrevivência conjuntural e com isso desperdiçam a oportunidade única de fazer do QREN uma aposta sustentada para o futuro do país.

O QREN foi concebido como um instrumento inovador para dar resposta às novas exigências que a competição da economia global e os novos fenómenos sociais exigem ao nosso país. O balanço de 20 anos de fundos comunitários em Portugal, recentemente cumpridos, é muito claro: aposta sustentada na melhoria das infra-estruturas do país, numa lógica não raras vezes pouco coordenada e monitorizada (veja-se a proliferação desnecessária de parques industriais e pavilhões desportivos municipais), falhas sucessivas nas acções de formação empreendidas ao longo das três intervenções levadas a efeito, resultados muito frágeis nas áreas essenciais da inovação, conhecimento e competitividade. Ou seja. Vinte anos depois, Portugal é um país de auto-estradas com menos coesão territorial e crescentes desigualdades sociais numa Europa em grande indefinição de identidade.

O QREN não pode ser interpretado pelos actores nacionais com mais um instrumento financeiro utilizável para dar cobertura a uma crescente falta de financiamento nos circuitos tradicionais. Em tempo de crise financeira, impõe-se mais do que nunca um verdadeiro “choque operacional” que conduza a mudanças claras e necessárias: desactivação das actividades empresariais sem valor, aposta maciça numa formação/educação que produza quadros reconhecidos pelo mercado, fixação de investimentos e talentos nas regiões mais desfavorecidas, criação de um contexto competitivo moderno voltado para a criatividade das pessoas e qualidade de vida das cidades. O QREN dispõe de instrumentos financeiros que poderão ajudar a alavancar toda esta agenda de mudança que queremos para o nosso país. Dois anos depois, são ainda muito tímidos os sinais da concretização desta mudança.

É por isso que a aposta numa “estratégia colectiva” para o futuro tem que ser a marca desta nova fase do QREN. Um sinal de aposta nas políticas do conhecimento, centradas em territórios inteligentes e apostas na dinamização de verdadeiros “trabalhadores criativos”. Ideias muito simples e claras e para as quais mais não é necessário do que um pacto de “cumplicidade estratégica” e “convergência operacional” entre todos os que têm responsabilidades – actores públicos, empresas, universidades e centros de saber. O QREN não pode ser interpretado como um mero instrumento conjuntural de resposta a uma crise estrutural mas antes como uma aposta estrutural capaz de alterar a conjuntura no futuro.

Portugal não pode correr o risco de devolver verbas do QREN a Bruxelas. Em tempo de profunda crise financeira, têm que ser accionados mecanismos de rápida absorção das verbas disponíveis. Mas não a qualquer preço. Sob pena de estar a hipotecar o futuro.

Seminário Cultura e Criatividade nos Novos Modelos de Desenvolvimento

22 de Junho de 2010

Os desafios crescentes que as sociedades contemporâneas enfrentam do ponto de vista do crescimento, da competitividade, do emprego e inovação, determinam que se reflicta sobre novos modelos de desenvolvimento aptos a singrar na era pós-industrial e susceptíveis de contribuir para que ultrapassemos as dificuldades extremas por que passamos na actualidade.

Com o intuito de contribuir para esta reflexão, que tem tanto de urgente, quanto de relevante, no próximo dia 22 de Junho, o ISCTE, através do GEST.IN Cultura, organiza um seminário, com o qual procura explorar o papel que a cultura e a criatividade podem desempenhar na definição de estratégias de promoção económica, social e territorial, socorrendo-se para tanto do confronto de experiências obtidas neste campo em diferentes regiões do País, bem como do testemunho de especialistas em modelos de desenvolvimento.

O ISCTE conta com a sua participação

ISCTE
Auditório B-203
Av.ª das Forças Armadas - Cidade Universitária de Lisboa

Faça a sua inscrição em: http://www.doodle.com/i79cmhfpqed7zrag
Anexo: Projecto de Programa



Transcultural Platforms for the 21st century

Transcultural Platforms for the 21st century
Luís Serpa, cultural manager
Director O MUSEU TEMPORÁRIO-Cultural Engineering Project[s], Lisbon
President INDUSCRIA-Platform for the Creative Industries, Lisbon

Partnerships and networking are the driving force for cooperation in the global era. Although individuality has gained a new sense regarding a given society or a community’s social capital, the “ethics of responsibility” offers an infinite field of possibilities to our “personal” cultural projects, based in constellations that each one of us can (re)shape according to our own model. In the context of the new economy, the ability to innovate is a process involving a new approach to knowledge, competitiveness and cultural consumption. A plan for vitality and vibrant education relies on the capacity to attract, stimulate and catalyze the greatest possible range of diverse and creative players in a sustainable development project. How can cultural and educational institutions respond to this?